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Atividades buscam atingir as mais diversas camadas da população, conscientizando sobre prevenção, tratamento e fim do preconceito

Com o objetivo de esclarecer cada vez mais sobre os riscos, formas de prevenção e tratamento contra HIV/Aids, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza, até 5 de dezembro, diversas ações em Londrina. A programação tem como foco o dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids. O trabalho, conduzido em parceria com a Comissão Permanente de DST/Aids (COMUNIAIDS) do Conselho Municipal de Saúde, e a Associação Londrinense Interdisciplinar de Aids (ALIA), inclui mesas de debate, entrevistas, panfletagem, intervenções artísticas, entre outros.

Os eventos também contam com a participação do Núcleo de Redução de Danos, ligado à Diretoria de Serviços Complementares de Saúde da SMS, e da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A diversificação das atividades busca atingir os mais variados grupos, já que houve um aumento do número de pacientes diagnosticados com HIV/Aids, e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), em diversas faixas etárias.

Agenda

A Rádio Universitária da UEL irá divulgar até sexta-feira (30), uma série de entrevistas ao vivo conduzidas pela jornalista Patrícia Zanin. Devem participar diferentes profissionais representando as instituições que assistem a população soropositiva ou doentes de Aids, e demais temas correlatos.

O Ministério Público recebe, na quarta-feira (28), uma mesa de discussão com o tema “Diálogo Intersetorial: onde estamos e para onde vamos com a Política Municipal de IST/Aids de Londrina”. O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, estará presente, assim como integrantes do grupo de trabalho do ComuniAids e da organização LIA. A ação terá início às 9 horas.

Na quarta (28) e quinta-feira (29), estudantes presentes no Restaurante Universitário da UEL serão abordados, das 12 às 13h30, pelo Serviço de Bem Estar à Comunidade (SEBEC), em conjunto com estagiários do curso de psicologia da universidade. Na ocasião, uma exposição será montada e haverá panfletagem com orientações acerca da redução de danos e prevenção ao HIV, juntamente com distribuição de preservativos.

A Orquestra Sinfônica da UEL fará, na quinta-feira (29), apresentação da “Temporada Ouro Verde – 2018”, no Cine Teatro Ouro Verde. Por meio de uma parceria da orquestra com o Programa Municipal de IST/HIV/AIDS/Hepatites e Tuberculose, será realizada, antes da apresentação, performance de Kirigamis do Laço Vermelho, assim como distribuição e explicação sobre seu significado e sobre o 1º de dezembro.

A cirurgiã-dentista do Centro de Referência Bruno Piancastelli Filho, Lazara Regina de Rezende, explicou que os kirigamis serão confeccionados pelo artista Angelo Cesar Meneghetti, membro do Núcleo de Prevenção de Danos. “O kirigami do laço é feito de papel, dobrado e recortado, e que ao ser aberto revela uma forma de laços, em série, que serão distribuídos aos ouvintes. Foi escolhido o laço vermelho por ser o símbolo da luta contra a Aids/HIV, e o artista busca chamar a atenção sobre essa doença. A cor vermelha é por conta do sangue, e o formato do laço lembra um abraço, representando o acolhimento às pessoas soropositivas”, detalhou.

Lazara destacou que o Dia Mundial de Combate a Aids é uma data que vai além das ações para falar e prevenir sobre a doença. “O 1º dezembro é marcado para lembrarmos de falar sobre as pessoas soropositivas, acolhê-las, e buscar acabar com o preconceito, que já diminuiu com o decorrer dos anos, mas ainda persiste na sociedade”, afirmou.

Ainda na quinta-feira (29), haverá palestra sobre o tema “Aids e Saúde Mental no Contexto Atual”, com participação de médicas psiquiatras e psicólogas. A atividade conta com apoio do Conselho Regional de Psicologia (CRP), e irá ocorrer no Instituto Kaliman, localizado na Avenida Ayrton Senna da Silva, 550, das 19 às 22 horas.

A palestra também irá incluir uma homenagem ao ativista Edson Facundo. Conhecido como “Tiba”, ele faleceu em junho deste ano, aos 55 anos, cerca de 20 anos após ser diagnosticado com HIV. “Com o diagnóstico, também lhe disseram para não se preocupar com o tratamento, pois a Aids é uma doença que mata rápido. E até os seus últimos dias de vida, Tiba repetia que viveu bem mais do que o esperado. Inclusive ele faleceu por conta de um câncer de fígado, sem qualquer relação com a doença”, contou a cirurgiã-dentista.

A homenagem a Tiba se deve pelo seu trabalho de defesa aos direitos da população soropositiva, e das pessoas doentes com Aids. “Atuou como membro do Conselho Municipal de Saúde, representando o Núcleo de Redução de Danos, sendo inclusive um dos fundadores do Núcleo. Tinha um envolvimento muito bom com a população mais vulnerável, principalmente usuários de drogas ilícitas, e estava sempre orientando e esclarecendo essas pessoas”, frisou Lazara.

Hip-Hop

Um trabalho de conscientização desenvolvido pelo Centro de Referência Bruno Piancastelli Filho junto à Associação Londrinense de Arte de Rua Moderna (ALARM) resultou em uma edição especial da tradicional Batalha de Rimas.

Na sexta-feira (30), será realizada a Batalha de Rimas da Prevenção, de categoria “Conhecimento”, seguindo o estilo de improvisação característico das batalhas de hip-hop. Devem participar MC’s de Londrina e região, e o tema das apresentações será a prevenção ao HIV e demais ISTs. Nova entrega de kirigamis do Laço Vermelho será feita, assim como exposição de folders e distribuição de camisinhas para os participantes do evento.

Para essa edição especial, a Batalha de Rimas será transferida excepcionalmente para a Concha Acústica, na Praça 1º de Maio. As atrações podem ser conferidas das 19 às 22 horas, e o público-alvo são os adolescentes e jovens, por estarem justamente na faixa etária com maior crescimento no número de exames positivos para HIV e Sífilis no município. “Essas apresentações irão abordar diretamente os jovens, na faixa etária de 16 a 20 anos, falando sobre a prevenção. Nosso objetivo com esse evento é falar da doença, explicar o que é Aids, reforçar a importância do uso do preservativo, entre outros assuntos, tudo com um linguajar próprio dos jovens. Estamos com uma expectativa muito grande para envolver essa população”, destacou a cirurgiã-dentista do Centro de Referência.

A população também poderá conferir entrevistas e programas especiais sobre o tema no sábado (1º), na Rádio Londrina AM, às 12 horas; e também no domingo (2), das 8 às 10 horas, com veiculação na Rádio Brasil Sul.

A agenda especial encerra na quarta-feira (5), com uma Roda de Conversa que será realizada na sala do SEBEC, no campus da UEL, às 13 horas. Com o tema “Prevenção às IST/HIV e Redução de Danos: práticas possíveis no cotidiano do jovem universitário”, a atividade é aberta a toda comunidade.

Meta Tríplice

Londrina desenvolve, por meio da SMS, diversas ações para contribuir com o Programa Nacional de DST/AIDS, que tem o objetivo de atingir a meta tríplice 90-90-90. Ela consiste em diagnosticar 90% de todas as pessoas que vivem com HIV; conceder o tratamento antirretroviral a 90% das pessoas com infecção pelo HIV, ininterruptamente; e que 90% de todas as pessoas recebendo a terapia antirretroviral tenham supressão viral.

O prazo para atingir todas estas três metas é o ano de 2020. E para alcançá-las, o Programa Nacional elenca várias ações norteadas pela estratégia da Prevenção Combinada, ou seja, o uso combinado de intervenções nas áreas biomédicas, comportamentais e estruturais com foco na prevenção do indivíduo. Algumas ações da Prevenção Combinada são desenvolvidas em Londrina pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e pelos ambulatórios de referência.

Dados

Desde o início deste ano até outubro, no CTA foram diagnosticados 157 novos casos de pessoas contaminadas por HIV. Destes, são 131 homens e 26 mulheres, sendo que a faixa etária com incidência maior é de 20 a 29 anos. No ano passado, também no CTA, foram realizados 1.981 testes para HIV, de janeiro a novembro, e 106 deram positivo.

Em relação à sífilis, até outubro, foram registrados 224 casos confirmados da doença, sendo 152 masculinos e 72 femininos. A distribuição por faixa etária durante este mesmo período é de: 15 a 19 anos - 20 casos; 20 a 34 anos - 114 casos; 35 a 49 – 49 casos; 50 a 64 anos – 28 casos; 65 a 69 – 11 casos; e, com oitenta anos ou mais, um caso registrado. “Não podemos esquecer que o idoso tem uma vida sexual ativa. Talvez com menor intensidade, mas o uso de estimulantes coloca esse público cada vez mais no risco. A euforia da virilidade recém-retomada, somada à falta do hábito de uso do preservativo, favorece e contribui para o crescimento da contaminação entre a terceira idade”, explicou Lazara.

Juliana Gonçalves/Asimp

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