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Há pouco mais de 20 dias, o torneiro mecânico José Carlos da Costa retirou a placa de “vende-se” do muro da sua casa, que fica em frente ao Colégio Estadual Professora Vani Luiz Viessi, localizado no bairro São Lourenço, em Londrina, no Norte do Paraná. É que a escola foi um dos 18 colégios contemplados na cidade pelo programa Escola Segura, do Governo do Estado, e a presença dos policiais gerou um efeito que ultrapassou os muros da escola.

““Melhorou muito a segurança do bairro com a presença dos policiais aqui na escola. Antes tinha muita gente que ficava em frente à escola fazendo bagunça e, para nós que temos filho pequeno, era um incômodo muito grande”, contou José Carlos. “Mas agora melhorou muito, minha esposa até mudou de ideia e vamos continuar morando no aqui”, afirmou. O colégio agora conta com a presença de dois policiais que se revezam entre os turnos da manhã e noite, das 7 às 15 horas e das 15 às 23 horas.

Morador do bairro há 30 anos, o aposentado João Valdecir Martins Steves também pensou em mudar de endereço. Sua casa fica em frente ao colégio - pouco mais de 15 metros o separam do portão da escola. “Agora é como se tivéssemos segurança particular, ficou uma beleza. Foi a melhor coisa que o governador Ratinho Junior fez”, afirmou Steves.

Aliado ao pedagógico

Segundo a diretora do colégio, Cintia Bitencourt Ciccotti, a presença dos policiais na escola reforça o trabalho que os professores e a equipe pedagógica já desenvolvem há alguns anos com o objetivo de despertar nos alunos o sentimento de pertencimento e cuidado com a escola.

“Quando a nossa escola foi contemplada, foi uma satisfação muito grande porque teríamos mais um apoio ao trabalho que já vínhamos realizando. O que melhorou muito foi o entorno da escola, porque antes algumas pessoas ficavam em frente ao estabelecimento, por diversos motivos, e isso causava certa aflição nos pais que deixavam os filhos no portão”, contou.

Os policiais também acompanham a saída dos professores no período da manhã e da noite. “As professoras, principalmente do período noturno, comentam que agora se sentem mais seguras porque o policial está no portão e acompanha a saída e entrada no colégio””, completou a diretora.

O professor de Matemática, Jorge Vieira da Silva, trabalha no Professora Vani Luiz Viessi há mais de 20 anos. Antes de entrar na escola, ele faz questão de cumprimentar e conversar com os policiais. “Esse programa é maravilhoso, uma pena não ter sido criado antes. Os policiais são muito bem preparados, educados e a presença deles traz um alívio e uma sensação de segurança muito boa”, afirmou.

Nova rotina

Às sete horas em ponto o sargento Nivaldo Rodrigues Pereira faz a primeira ronda em volta da escola. Em seguida, ele acompanha a abertura dos portões e recepciona os professores e alunos. Depois que os portões são fechados, o militar caminha pelo pátio e ao redor do colégio até as 15 horas. Para ele, a nova rotina é uma renovação na carreira de 35 anos (30 anos na ativa e cinco aposentado).

Já o sargento Josmiro Graciano é responsável pelo turno da noite no colégio. Dos 28 anos de Polícia Militar, seis foram dedicados ao Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC). “Está sendo um prazer retornar para a ativa dessa maneira. Percebemos a satisfação dos moradores, o reconhecimento dos alunos. Eles cumprimentam, conversam, agradecem porque reconhecem que tem alguém aqui que está cuidando da segurança deles””, disse o sargento que também é pedagogo.  

Para a estudante da 2ª série do Ensino Médio, Amanda Figueiredo Santos, de 16 anos, a presença dos dois policiais é um privilégio. “Eles garantem a nossa segurança e podemos ir e vir para a escola e estudar com tranquilidade porque sabemos que estão ali por perto””, disse.

Escola Segura

Nessa primeira fase o programa está sendo implementado em 51 colégios de Foz do Iguaçu, cidade de fronteira internacional; de Londrina, segunda maior cidade do Paraná, e na Região Metropolitana de Curitiba.

O programa é inédito no Brasil e está previsto no plano de governo da gestão de Carlos Massa Ratinho Junior. O Escola Segura é resultado da parceria entre as Secretarias da Educação e da Segurança Pública, que prevê a presença de policiais militares da reserva remunerada nas escolas estaduais em dois turnos: das 7 às 15 horas e das 15 às 23 horas.

O trabalho é um complemento às atividades preventivas já desempenhadas pelo Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), unidade responsável pelo treinamento dos policiais militares voluntários e que coordenará o programa nos colégios estaduais. 

Para atuar nas escolas os policiais passaram por vários treinamentos que totalizaram 20 horas. Eles participaram de cursos de capacitação de conhecimentos gerais sobre o policiamento escolar, abordagem policial, e tiro, além de ato infracional e indisciplina, encaminhamento e medidas socioeducativas e interação com os diretores.

AEN

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