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A Força-Tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na sexta-feira, 4 de setembro, José Dirceu e mais 16 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro praticados no âmbito da Diretoria de Serviços da Petrobras, no período de 2003 a 2015. A denúncia relaciona pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT), que era responsável pela indicação política dessa diretoria. As investigações concluíram que mais de R$ 60 milhões foram repassados a título de propina como porcentagem do valor de todos os contratos e aditivos celebrados pela Engevix com a Diretoria de Serviços da Petrobras.

Segundo o MPF, a estruturação da organização criminosa começou ainda em 2003, quando Renato Duque buscou o auxílio político do então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu para ser indicado ao cargo de diretor de Serviços da Petrobras. Quando a nomeação foi concretizada, Duque auxiliou o funcionamento de um cartel de grandes empreiteiras que operava na Petrobras, recebendo propina por meio de operadores e destinando parte desse valor para o núcleo político que permitia sua permanência, dentre os quais estão Dirceu, o empresário Fernando Moura e João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT. Já Pedro Barusco ocupou o cargo de gerente executivo de engenharia entre 2003 e 2011, integrando a organização criminosa e contribuindo para a prática dos crimes.

As investigações descobriram que, em geral, a propina das empreiteiras, na Diretoria de Serviços, variava de 1% e 2% dos valores dos contratos e aditivos, podendo ser maior. Também identificaram que metade dos valores das propinas era destinada aos integrantes da Diretoria, Duque e Barusco, sendo a outra parte destinada ao PT, via Vaccari, por doações legais e outras operações de lavagem. Conforme a denúncia, boa parte dos pagamentos eram feitos no exterior e a entrega da propina a Duque era feita em espécie, na sede da Petrobras.

Segundo a denúncia, os gestores e administradores das empresas relacionados na denúncia fazem parte do núcleo empresarial, atuando com o núcleo administrativo, este composto pelos executivos da Petrobras, para viabilizar os crimes de cartel e fraude às licitações na Petrobras. A organização criminosa também contava com um núcleo político, formado por parlamentares, ex-parlamentares e pessoas próximas do poder político que indicavam ou davam suporte à indicação e mantinham funcionários de alto escalão da Petrobras. Também compunham este núcleo pessoas ligadas a seus principais agentes, como o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e o assessor Roberto Marques.

No âmbito do núcleo financeiro voltado para a intermediação do pagamento das vantagens indevidas e à lavagem de dinheiro, a investigação também identificou vários subnúcleos, cada qual comandado por um operador diferente, que prestava serviços a determinada empreiteira, grupo econômico ou mesmo para servidor da Petrobras. É o caso do subnúcleo comandado por Milton Pascowitch e José Adolfo Pascowitch, que operava para a Engevix no âmbito da Diretoria de Serviços e intermediou o pagamento de propinas dessa empresa para José Dirceu, e demais integrantes do núcleo político, bem como para Renato Duque e Pedro Barusco, dentro do núcleo administrativo.

Foram denunciados:

1. Camila Ramos

2. Cristiano Kok

3. Daniela Leopoldo e Silva Facchini

4. Fernando Antonio Guimarães Hourneaux de Moura

5. Gerson de Melo Almada

6. João Vaccari Neto

7. José Adolfo Pascowitch

8. José Antunes Sobrinho

9. José Dirceu de Oliveira e Silva

10. Julio César dos Santos

11. Júlio Gerin de Almeida Camargo

12. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva

13. Milton Pascowitch

14. Olavo Hourneaux de Moura Filho

15. Pedro José Barusco Filho

16. Renato de Souza Duque

17. Roberto Marques

Ascom/Procuradoria da República no Estado do Paraná

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